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Nissan 350Z
Novembro de 2004

No final dos anos 60 a Nissan se via quase que totalmente fora do mercado estadunidense de esportivos. Precisava de alguma estratégia bem pensada, que a faria entrar de cabeça naquele mercado (na época e agora) muito promissor. Nasciam os “Z Cars”. O precursor da linha veio em 1969, era o 240Z. Pensado dentro da estratégia da marca nipônica, o 240Z fazia bem o estilo americano de esportivo: era um cupê de tração traseira, motor 6 cilindros em linha e linhas simples e discretas.

O sucesso foi tão grande que embalou a Nissan no lançamento de uma sequência gloriosa para o modelo. Foram duas décadas de bom sucedimento. Além de assistir sua estratégia dar certo para o segmento, a Nissan acabou por abrir as portas para uma literal invasão das marcas japonesas nos Estados Unidos, tanto que hoje a indústria japonesa lá dentro tem quase tanta força quanto a do próprio país. Já no final dos anos 80 a marca viu seu feliz projeto entrar em crise. O mercado estadunidense passou a rejeitar carros do naipe esportivo daquele oferecido pela marca e partiu a dar preferência para o segmento de luxo, picapes e peruas. A saída da Nissan foi lançar um Z totalmente diferente daquele primeiro. Infeliz lançamento, o resultado foi o abandono, em 1996, do mercado americano pela linha Z.

Três anos mais tarde, no Salão de Detroit, era apresentado a proposta de um novo Z, que viria ressuscitar a família. E de fato, já em 2001, em outra edição do mesmo evento, era consolidado o 350Z como sendo o continuador da linhagem. O apelo era simples e racional. Voltava-se a prestigiar aquilo que o primeiro Z prezava: a esportividade. Ciente de que não podia decepcionar, a Nissan fez seu melhor. O mundo agradece!

Com a aura esportiva à flor da pele, o 350Z é famoso pelo seu ótimo comportamento dinâmico. É um raro exemplo de carro que consegue aliar os controles eletrônicos ao bom desempenho do motor de forma a proporcionar ao piloto emoção tão grande como se o carro fosse um esportivo puro, ou seja, sem os controles que hoje são quase regra no segmento. No 350Z: controle de tração, estabilidade eletrônica e até o próprio controle dinâmico, aliados com o freio ABS da Brembo. A tração não poderia deixar de ser traseira.

Mas nada teria sentido não fosse o poderoso V6 3.5 de 280 cavalos do “mini-bólido” nipônico. A começar pela altíssima taxa de compressão, que bate na casa dos 10.3:1. Outro diferencial é o controle de válvulas variável, que permite ao carro interpretar diferentes situações de direção e predispor as 24 válvulas funcionando para colocar seus cavalos a trabalhar adequadamente. A alta taxa de compressão somada ao controle de válvulas permite ao carro o invejável torque de 47 kgmf nas 4.800 rotações. Junta-se isso ao leve peso (são apenas 1465 kg) e o carro alcança os 250 km/h de velocidade máxima, indo de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos. A fim de otimizar esse desepmenho as cinco primeiras marchas têm uma relação mais curta e a sexta e última é maior.

Os dois felizardos que estiverem aproveitando da dinamicidade do nissanzinho (como cupê que é, dispõe de apenas dois lugares) vão ter tratamento diferente lá dentro. Enquanto o banco do único passageiro visa conforto e beleza, o banco do motorista fica com a beleza, mas preza a esportividade. É assimétrico, feito a segurar o motorista/piloto grudado o tempo todo. O ambiente interno é bonito e agradável, marcado por instrumentos circulares e variação de cor entre o preto e o prata, que dá um ar futurista ao lugar.

Por fora as linhas não foram pensadas ao acaso. Lembre-se que esse não é um Nissan qualquer. É a nova geração dos Z Cars, e portanto não poderia ser pensado esteticamente sem que a tradição dominasse o projeto. E assim foi. As linhas desenhadas em conjunto pelos designers da marca no Japão e nos Estados Unidos lembram bem as formas de todos os antigos Z´s. Formato cupê clássico Nissan, faróis traseiros em cima da linha de cintura e grade dianteira preta e grande. Tudo isso em cima de belas rodas 18” vestidas de pneus Bridgestone 225/45 a frente e 245/45 atrás.

Apesar de lançado em 2002, só no segundo semestre de 2004 a Nissan trouxe o 350Z para o Brasil. De início, uma série de 40 unidades, que aqui dentro devem fazer frente ao Audi TT e ao BMW Z4. O preço? Pede-se R$ 230.000. Cerca de R$ 10.000 abaixo do concorrente da Audi, e R$ 40.000 do BMW. Perto do que já foi apresentado aqui, o preço relativamente baixo é apenas mais um atrativo que a Nissan oferece e que, espera, com estes consiga abocanhar 35% do raso mercado brasileiro de cupês esportivos. O Brasil agradece!

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