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Corvete C6
Dezembro de 2004

Lançado pela primeira vez em 1953, o Corvette era uma resposta da Chevrolet ao crescente prestígio que os esportivos europeus estavam conquistando dentro dos Estados Unidos. Precisava-se de algo que fizesse os olhos dos estadunidenses se desviarem dos esportivos do velho mundo, mas que ao mesmo tempo antagonizasse o estilo imposto pelos apreciados modelos de lá. Desse conflito de estilo e mercado nasceu o maior mito automobilístico americano.

Meio século depois, o mesmo carro continua sendo motivo de valorizado desejo. De lá para cá foram 5 gerações, cada qual símbolo de cobiça de sua época. A última dessas gerações, o C5, já contava com tudo o que agrada ao jeitão americano de gostar de carro: visual exclusivo e bonito, desempenho alto e requinte plausível. No entanto, quase uma década do modelo no mercado já descascava seu glamour. A árdua missão de fazer uma nova versão ainda melhor do Corvette caiu nas mãos de Dave Hill, executivo chefe da divisão de desempenho da GM. E ao que tudo indica, ele conseguiu; o C6 é ainda mais bonito, potente e requintado do que a versão anterior.

Mas o sucesso de Hill pediu uma estratégia diferente daquela usada décadas atrás no lançamento do primeiro Corvette. Agora já não interessava mais fazer um esportivo anti-europeu. Nessa nova fase, todos – ou quase todos – os esforços seriam voltados para fazer do Corvette um carro universal. Foi a fórmula encontrada para, ao mesmo tempo, manter os fãs e clientes tradicionais e ainda abocanhar uma quantia maior de clientes desse seleto segmento de mercado.

O visual, apesar de não poder ser confundido com o do antigo, manteve as características principais de um Corvette. Pára-brisas amplo e teto pequeno, pára-lamas incorporados e linhas suáveis. Quem saiu de cena foram os faróis escamotáveis que, depois de décadas identificando o esportivo da GM, perderam espaço. Lá atrás, no tradicional conjunto de dois pares de lanterna de cada lado, as lanternas deixaram a forma ovalada para assumirem uma forma circular. Entre esses pares de lanternas, a grafia Corvette foi substituída pelo símbolo do carro, o qual também foi reestilizado. As rodas aro 18 na frente e 19 atrás, juntas com o design novo, geram um tom feminino ao Vette.

Para dar vida a esse design, que os fãs do modelo elegeram como o mais belo dos Corvettes, nada melhor do que o mais potente motor a equipar Corvettes. Trata-se da quarta geração do tradicional Small-block que acompanha os Vettes desde 1955. E, no que diz respeito à motorização, a universalização geral a que foi submetido o C6 ficou de lado. Enquanto em todo o mundo a eletrônica ganha cada vez mais espaço sob o capô, esse motor recebeu um mínimo de eletrônica indispensável, sendo que o próprio acelerador é mecânico.

Em relação ao motor LS1 do C5, o diâmetro dos cilindros do foi aumentado em 2,2 mm e a cabeça dos pistões foi redesenhada, o que fez a capacidade cúbica total do motor subir em 300 ml, gerando um 6.0 litros. Aliadas ao incremento na taxa de compressão, essas alterações renderam ao LS2 400 cavalos, que levam o conjunto a beirar a casa dos 300 km/h de máxima. O 0 a 100 km/h é feito em 4,5 segundos.

São marcas que colocam o Vette em condições de brigar com os mais potentes Porsches, Ferraris e Lamborghinis. Contribui para essas marcas o câmbio manual de seis marchas, que teve melhorias da engrenagem à alavanca de manuseio, a qual agora exige menos esforço e oferece maior precisão. Há também a opção do não muito valorizado câmbio automático de 4 marchas.

O interior, que comporta duas pessoas, não foge àquilo esperado em carros dessa classe. Os materiais de acabamento são nobres e conferem ao Corvette C6 o luxo digno de um mito americano que depois de 50 anos continua a fazer escolas de fãs.

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