Quatro
décadas depois de ter nascido para combater a Ferrari na tradicional prova endurance
de Le Mans, o mito americano está de volta. E veio em boa hora! Além de ter sido
apresentado no ano em que a Ford completa seu centenial, o GT vem com a missão
de recuperar a imagem da empresa. Uma forma de recuperar o prejuízo por ela sofrido
nos últimos anos... Pelo que nos diz John Coletti, diretor de programa para veículos
especiais da Ford; "Nós não estamos apenas construindo um super carro, nós estamos
criando novas maneiras de fazer negócio.", podemos concluir que o GT é só o primeiro
dos carros que a Ford faz com essa intenção. Pela
reação do público americano e europeu mediante às primeiras 4500 unidades do GT,
parece que a Ford vai alcançar seu objetivo pela segunda vez. Isso mesmo! Na primeira,
na década de 60, o GT 40 começou ganhando os três primeiros lugares em 66, e conseguindo
a façanha de vencer a prova nos três anos seguintes. Você
deve estar se perguntando porque o esportivo não se chama GT 40 como antigamente,
e sim GT. É simples; naquela época a Ford não registrou o nome e agora a montadora
descobriu que alguém se incumbiu de registrá-lo, e que não poderia mais manter
o nome. Esteticamente porém, o GT continua o mesmo. Mesmo tendo crescido 46 cm
no comprimento e 10 cm na altura, as proporções das linhas continuam as mesmas.
O departamento de design na empresa americana gaba-se por ter mantido 98% de semelhança
com o modelo original. E não foi fácil manter tal semelhança, principalmente no
que diz respeito à segurança. Temos que lembrar que o GT 40 é um projeto de 40
anos, sendo assim, a aerodinâmica não é lá muito confiável. Foi o que ficou constatado
em um teste onde técnicos descobriram uma forte tendência da carroceria ser lançada
para o ar em alta velocidade, devido ao deslocamento de ar debaixo da parte frontal
do veículo. Para resolver esse e outros problemas aerodinâmicos, a equipe de engenharia
teve que colocar peso na parte frontal, além de já ter aumentado o tamanho do
carro. Esse
aumento do tamanho acabou por proporcionar mais espaço à cabine, que comporta
duas pessoas. Ali dentro, a Ford se utilizou de tecnologia para melhorar a ergonomia
de uma forma geral (que era muito ruim no GT 40), e favorecer a ventilação nos
bancos. As formas arredondadas são vistas por toda parte, e mesmo aparentando
modernidade, tudo é muito simples. E essa simplicidade é intencional, para enaltecer
ao máximo a esportividade. De
fato, a esportividade apenas aparece ao se girar a chave e apertar um botão vermelho
(redondo) no centro do painel. Um ronco indescreptivelmente maravilhoso de um
V8 invade os ouvidos do felizardo. Estamos falando de um 5.4L sobre-alimentado
de 500 cavalos e torque de 69.4 kgfm. Não é o mesmo 7.0 que embalou os GT 40 em
seus triunfos na década de sessenta, mas, equivale-se. Afinal, não é qualquer
um que consegue acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos. Dê mais quatro
segundos e meio, e o GT já estará a 160 km/h. Daí, ele só vai parar de acelerar
depois de ultrapassar a barreira dos trezentos quilômetros horários. Como
nem tudo é perfeito, vai ser muito difícil ver um Ford GT no Brasil. Explica-se
pelo preço: são 150.000 dólares, e contando com tarifas, não sairia por menos
de 900.000 reais sua importação. Mas que vale sonhar, vale! | |