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Mazda RX-8
Novembro de 2002

A Mazda surpreendentemente consegue transformar as falhas do motor rotativo em vantagens do mesmo.

Este cupê traz muitas novidades, é verdade, mas por incrível que pareça, apesar dessa fartura de novidades - que serão citadas ainda nessa reportagem - o que mais "inova" no RX - 8 é o bom e velho motor Wankel. Para quem já conhece, o motor Wankel é o motor rotativo. Para quem não conhece, o motor rotativo tem a sua diferença do motor convencional nos cilindros. Aliás, pela falta deles. É que este motor, transfere o trabalho dos cilindros para uma espécie de pistão triangular, que empurrado pela queima do combustível, transmite a energia às rodas.

É bem verdade, de não fosse a modernização desse tipo de motor, este carro não atrairia atenção alguma. Antigamente, o motor inventado em 1935 por Felix Wankel não tinha boa fama. Durava pouco, super aquecia, tinha dificuldades de pegar no frio. Hoje, mais moderno, este motor ocupa menos espaço, pesa a metade do motor convencional e usa muito menos peças.

Pois bem, o carro não se resume ao motor. Este cupê veio para substituir o RX - 7, e veio em alto estilo. Melhor dizendo, veio em estilo próprio. A começar pelas quatro portas, isso mesmo, este é um cupê com quatro portas. Para possibilitar esse acréscimo de portas, a Mazda pôs fim à coluna B, e, é claro, teve que "ajeitar" essas portas adicionais de uma forma tal que elas se abrissem para trás. Isto, sem dúvidas, exigiu muita habilidade dos designers da Mazda.

Em falar em design, as linhas do RX - 8 são incríveis, e combinam ao máximo com o pequeno tamanho do carro. Na parte da frente, estas linhas se mostram arrojadas, e juntas com o conjunto dos faróis, dão um ar futurístico. Nas laterais, nada de "trapizombas", apenas uma linha corre em formato de onda e dá espaço para a suavidade do formato redondo do carro. Suavidade esta, que é interrompida ao chegarmos na traseira, ali, os estilistas fizeram uma obra de arte, e permitiram uma harmonia entre as formas arrojadas e as tímidas linhas arredondadas. Para completar o design do carro, as belas rodas de 19 polegadas se apresentam.

No interior, o design continua soberano. Nesse lugar, as cores do carro dividem espaço com o preto tradicional, dando ainda mais estilo próprio a este carro apresentado no Salão de Detroit.

Ao volante, o carro mantém o estilo. No já conhecido motor Wankel de 250 cv, grande parte da progressão desta potência é devida à perfeita localização do motor que permite uma distribuição de peso 50% para cada parte do carro. Aliada ao controle de estabilidade, esta combinação permite ao carro atingir com toda a segurança, a marca dos 240 km/h, sendo que para chegar aos 100 km/h o carro gasta apenas 5,9s. O torque, que também se apresentava como ponto fraco do motor rotativo, também se superou, dos 22,4 kgfm, já aos 3.250 rpm o carro consegue extrair 90%.

O carro está rigorosamente incluso dentro das normas mundiais de emissão de poluição. O consumo de óleo foi reduzido em 50%.

Com este carro, a Mazda pretende transferir o motor Wankel do inferno para o paraíso. Este motor que estava prestes a ser extinto, agora, segundo Mark Fields, presidente da marca, passará em pouco tempo a equipar carros usados no dia-a-dia, com frequência nas cidades. Ou pelo menos a Mazda trabalha para isso.

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